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08/12/2018
Minha amiga (Cornélia) contou uma história que, quando ela estava indo a pé para o Parque Ibirapuera em São Paulo passear, junto com ela estava o cachorro de seu netinho, que se chama Lack.
E quando estavam passando pela calçada em frente de uma casa com grades, um grande cachorro atrás das grades começou a latir, querendo atacar o Lack.
Apesar do grande cachorro estar atrás das grades dentro do quintal, Lack se assustou e fez Cornélia atravessar a rua com ele.
Uma semana depois, novamente Cornélia e Lack estavam fazendo o mesmo trajeto para o Parque Ibirapuera e passando na frente da mesma casa, Lack rapidamente puxou Cornélia para atravessar a rua, de novo.
Mas tinha um detalhe, não havia mais cachorro naquela casa.
Um mês depois, mesmo não havendo cachorro naquela casa, Lack quis atravessar a rua.
E com esse exemplo do Lack, podemos nos perguntar:
Muitas vezes nós nos pegamos fazendo as mesmas coisas que o cachorrinho Lack, repetimos os mesmos padrões, sem saber o porquê, nem parar para nos perguntar o para que estou fazendo o que faço.
Às vezes seguimos os outros, porque todos estão indo para aquela direção, mas nem sabemos para onde estamos indo e porque estamos no meio do grupo. Não é verdade?
Nós, seres humanos, teoricamente tínhamos que usar nossa evolução cognitiva como diferencial e se usássemos nosso lado evoluído não estaríamos fazendo exatamente o mesmo que um cachorrinho irracional faz.
Você já parou para pensar que somos mais parecidos com os animais do que com máquinas?
Pesquisas da neurobiologia moderna mostram que tomamos nossas decisões em milésimos de segundos e essas decisões são tomadas por nossas emoções e depois que decidimos, usamos nossa razão para explicar e confortar nossa escolha.
Exemplo:
“Um homem matou uma mulher”, responda rápido quem está errado?
Provavelmente você, instantaneamente, deve ter logo dado o veredito, como um juiz, onde a mulher é a vítima e o homem o agressor.
Percebe que tomamos uma decisão sem parar para pesquisar os fatos? Sem parar para entender os ingredientes que fez acontecer esse acontecimento.
Sem parar para perceber outras possibilidades, rapidamente escolhemos a aquela possibilidade que cabe no nosso mundo, julgadas pelas nossas crenças e modelo de mundo.
E se a essa mulher que morreu era uma assassina e que minutos antes ela matou os três filhos e estava prestes a matar o esposo também e quando o esposo acordou, e no intuito de se salvar, a matou antes?
Sua decisão agora seria diferente, não é mesmo? Calma. Isso não acontece só com você, nós seres humanos temos essa tendência.
Normalmente tomamos decisões à base de um pré-julgamento em relação às nossas experiências de vida do que achamos que é certo ou errado.
Voltando ao exemplo do cachorrinho Lack, teoricamente nós, seres humanos, por sermos seres pensantes, teríamos que parar em frente à casa, para perceber se o cachorro está ou não naquela casa.
Se o cachorro não está lá, não há porque atravessar a rua e eu poderia continuar seguindo na mesma calçada, mas ficamos no nosso piloto automático repetindo o padrão sem parar para perceber novas possibilidades. Não é verdade?
Então, a primeira etapa do processo de aprendizagem é o PARAR.
Pois, se um você dirige um carro a 100km por hora e bate em um buraco, não será acelerando o carro para 120km/ha que irá conseguir desviar do buraco.
Nós temos que pisar o pé no freio e diminuir a velocidade em relação a velocidade que estamos. Diminuindo a velocidade iremos aumentar a nossa visão periférica e iremos ver e perceber mais detalhes do que antes.
Mas para parar o carro, eu é que tenho que pisar no freio, outra pessoa não pode fazer isso por mim.
Ou seja, para sairmos do piloto automático, temos que assumir a responsabilidade da mudança e somente eu quem posso fazer isso por mim mesmo.
Parar para refletir sobre nossos próprios problemas já é um grande passo, um passo muito nobre.
Pois não é fácil parar, olharmos para nós mesmos, olhar para nossas fraquezas nos deixa vulnerável e é muito mais fácil fazer as coisas no piloto automático na nossa zona de conforto.
Normalmente até chegamos facilmente nesse passo. Consigo perceber que sou EU quem estou errando, e somente EU quem posso fazer algo para mudar esse padrão de comportamento.
Facilmente chegamos a identificar um comportamento negativo que queremos mudar e até nos dispomos a mudar, mas na prática não conseguimos mudar. Já aconteceu com você?
Exemplo: perco a paciência com meu filho e acabo batendo forte nele sem precisão e quando vejo me pego repetindo o mesmo erro, mesmo querendo mudar. Logo vem a frustração e raiva, porque eu quero tanto mudar e novamente estou repetindo o mesmo erro.
Apesar de identificar um comportamento negativo que queremos mudar, não iremos conseguir facilmente sem tomar consciência sobre o que faz esse gatilho disparar.
Qual o significado que esse comportamento tem inconscientemente para mim?
Isso me lembra uma estorinha.
Maria e João casaram-se e na noite de núpcias Maria quis fazer uma surpresa e estava assando um pernil, uma tradição familiar para seu novo esposo João.
João cresceu em uma família que passou por muitas dificuldades financeiras, sempre procurando economizar todos os centavos.
Quando João chega em casa e sentindo o cheiro maravilhoso vindo da cozinha vai correndo com um sorriso enorme no rosto.
Chegando na cozinha, João vê que Maria estava assando o pernil com a tampa do forno aberta.
João logo troca o sorriso do rosto por uma cara brava e já começa a brigar com a Maria para que ela feche logo a tampa do forno para não gastar mais energia, pois isso, João aprendeu bem desde criança, era chamado de “mão de vaca” pelos amigos, pois sempre estava criticando os desperdícios.
Maria também ficou enfurecida, pois João estava criticando a forma de preparo da melhor receita da tradição familiar dela, sentiu-se como se João estivesse desvalorizando suas raízes.
E os dois ficaram por um logo tempo brigando, João mandando fechar a tampa do forno e Maria relutante dizendo que não iria fechar, pois é assim que ela aprendeu a fazer o melhor pernil da tradição familiar.
Brigaram até chegar à exaustão, aonde ficaram por longos minutos em silêncio no qual se permitiram refletir.
Então João deixou de lado os padrões automáticos de economia de seu contexto familiar e deixando de julgar se ele acha certo ou errado, se abriu para a curiosidade em saber por qual motivo o pernil tem que ser assado com a tampa do forno aberta.
Nesse momento na relação é o primeiro momento que João deixa de lado seu ego e entra em contato com a Maria, querendo compreender o motivo.
Então, Maria não se sentindo mais ameaçada também se abre para refletir sobre a pergunta do João e acaba percebendo que ela mesma nunca havia se perguntado o porquê tens que fazer o pernil com a porta aberta, ela percebeu que apenas repetia o que viu sempre a mãe a fazer.
Juntos resolveram ligar para a mãe da Maria para ajudá-los a resolver esse conflito, mas ao ser indagada à mãe da Maria também não sabia o porquê, apenas repetiu o que havia aprendido com a mãe dela (avó de Maria).
Ao ligar para a avó, ela esclareceu que assava o pernil com a porta aberta na época em que ela tinha um forno bem pequeno, mas depois que ela comprou um forno grande, passou a fechar a porta normalmente.
Ao trazer para consciência essa informação, Maria se permitiu fechar a tampa do forno.
De alguma forma, inconscientemente, Maria via a mudança como uma desonra à suas raízes e com a consciência dessa nova informação da avó, ela saiu do piloto automático, repetindo um padrão involuntário e se permitiu fechar a tampa do forno, não acabando com o casamento.
Para fazermos alguma mudança, nós temos que saber e ter consciência sobre o padrão, portanto é necessário investigar, pois se não sabermos o que estamos fazendo, como podemos fazer algo diferente?
Investigar é perceber os ingredientes que ainda não estamos vendo e suas interações no qual culmina esse comportamento.
Um comportamento, um padrão, não surge do nada, tão pouco existe uma causa somente.
O quanto mais nos abrirmos para investigar, sem julgar, apenas com a curiosidade de olhar de várias perspectivas, de vários ângulos o mesmo assunto, iremos ter muito mais clareza do que só ver por um ângulo.
“Insanidade é fazer as mesmas coisas, esperando resultados diferentes” A. Einsten.
Após o passo 1 e 2, já caiu a ficha que no caminho no qual você está não tem como ter resultados diferentes, então é melhor você dar um passo para trás, antes da encruzilhada e perceber as outras possibilidades de caminhos que tem, avaliando seus custos e benefícios para que você possa escolher um novo caminho com o melhor que você tem no momento.
Se esse novo caminho é o caminho certo? Só o tempo dirá, mas uma coisa você tem que ter certeza, que naquele momento com o que você tinha, com o que você sabia, era a melhor escolha que você poderia ter tido.
Se por um acaso lá na frente, você descobriu que esse novo caminho não era o caminho certo, novamente pare e mude de direção, se necessário, mas uma coisa você tem certeza, que você aprendeu muito nesse caminho.
?? https://www.youtube.com/channel/UCJWTj_rVhoaaJTTWICz1txQ
LINEO CARVALHO
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