Perfeccionismo e a Vaidade

Uma das estratégias da vaidade, é como se eu buscasse algo externo e conquistando esse algo externo inconscientemente me colocaria acima de todos, sendo o melhor, maior, superior, sendo visto e admirado por todos.

Imagino que eu tenho o melhor carro do mundo, a melhor casa, sendo milionário vou estar bem, sendo aceito e pertencendo a todos os grupos, admirado por todos.

A vaidade e o perfeccionismo são dois ingredientes relevantes no mundo moderno do capitalismo no qual contribuem fortemente para o caos.

Muito dos conflitos entre pessoas está relacionado a cobrança do perfeccionismo um do outro.

A vaidade é um dos ingredientes principais que estimulam a busca insaciável pelo poder, pelo apego aos bens materiais, levando ao egoísmo de querer para mim sem pensar no próximo.

O perfeccionismo e a vaidade estão muito ligados a esse estado primitivo emocional de nossos ancestrais, e essa cobrança do perfeccionismo de nós com nós mesmos, e nós para com o outro também, não nos permite perceber o quanto nós já caminhamos.

Inconscientemente como sempre estamos em busca da perfeição e descontente por não estarmos aonde desejaríamos estar, nós sempre ficamos em um déficit, onde eu sempre preciso chegar em algum lugar.

Exemplo: Se eu me colocar uma meta: preciso ser igual ao Gandhi. Não paramos para perceber que ninguém pode ser igual ao Gandhi, por que ninguém pode ser uma outra pessoa, cada pessoa tem uma experiência de vida no qual permitiu ela ser quem ela é.

Nessa perspectiva sempre vou me sentir menor do que ela, sempre vou me sentir inferior por não conseguir chegar a perfeição que acredito que ela seja. E com essa visão sempre vou estar na dor.

Veja se é diferente, nessa outra perspectiva. Eu parar para perceber até onde eu já caminhei, o que eu já evoluí, mas eu me inspiro em Gandhi, percebe a diferença?

É diferente pois tenho a consciência que não sou igual a ele reconheço minha jornada que hoje já sou um ser humano melhor do que ontem e amanhã será mais um dia de evolução e Gandhi passa ser um Norte, uma direção e não uma cobrança.

Então, ainda bem que sempre temos coisas para evoluir, por que um mundo perfeito que graça teria?

Nessa questão evolutiva podemos entrar nesse movimento da vida, mas trazendo para consciência o nosso foco da atenção, em vez de olhar o que eu preciso, ver o que eu já caminhei.

Se eu não reconhecer isso em mim, nada vai ser diferente dali para a frente. Esse é um ponto.

Por estar nessa posição de dor em relação ao perfeccionismo que nunca vai chegar, por não conseguir estar bem comigo mesmo onde estou, preciso me apegar a coisas materiais, para tentar mostrar meu poder, quanto mais eu tiver coisas materiais que a sociedade valoriza, vou tendo mais poder e perante o grupo estou sendo visto e assim me sinto forte, protegido dos predadores.